domingo, 30 de janeiro de 2011

Se essa sensação de hoje pudesse ser uma foto, nada na imagem seria reconhecido, mas as cores seriam hamoniosas, claras. No centro dessa claridade de cores suaves e harmoniosas eu estaria diante de um espelho e o meu olhar me olharia sem se desviar. Haveria também uma música, na foto, porque meu corpo estaria inclinado para o lado e minhas mãos imitando as mãos de uma bailarina e minha boca contraída para cantar aquela canção, que é como eu gosto de estar. Antes do espelho, ao meu lado, é a sua música que eu canto; a música que sai do seu violão. E, mesmo a foto sendo um registro da realidade, eu não sei, mas haveria tantas pessoas, vivas e mortas, na mistura das cores, que ninguém saberia de quem se tratava, mas quem olhasse ficaria alegre.

Se essa sensação de hoje fosse uma palavra, seria gratidão.

Se fosse um livro, seria o primeiro.

Se fosse um lugar, seria minha casa.

Se fosse um filme, seria dos bonitos (que fazem chorar).

Se fosse um dia, não terminaria.