terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Quando eu fico muito feliz, não saio bem na foto. Sem trocadilhos. Sorrio demais. Um sorriso escancarado que não é fotogênico. Não me preocupo com meu melhor perfil nem com a papada que certemente surgirá desse ângulo. Minha felicidade não é medida em pixels. 

Sempre penso, vendo as fotos, que eu poderia ter feito uma pose mais elegante e que meus cabelos poderiam estar mais bonitos. Talvez seja por isso que, embora aprecie bastante fotografia, eu tenha poucos registros  em comparação aos meus contemporâneos.

Apesar disso, deixo-me fotografar. Tenho a esperança de que um dia essas imagens servirão a uma memória já cansada e serão a cartografia dos dias vividos. Acredito que no tempo da velhice, caso eu chegue lá, a beleza não terá tanta importância ou ela terá mudado de sentido, possivelmente. Oxalá eu esteja sempre feia nas fotos: sinal de que aquele fora um momento de extrema felicidade.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Eu tenho par nisto tudo neste mundo.

Tenho preguiça de dissertar. Acho dissertações, em geral, chatas. Desprezo a arrogância daqueles que querem provar que estão certos. Os com razão não me interessam. Adoro os incertos, os poetas, os bêbados, os otimistas, os cheios de esperança. 

Mas há uma ideia que vem me perseguindo que daria uma ótima dissertação. Eu poderia desfiá-la por várias linhas, apresentar pontos de vistas diversos e etc e tal. Nada disso me apetece. Então vou só dizer para eu não esquecer: estou sempre fazendo testamentos. Serei ética e não direi que isso saiu da minha cabeça. Foi outra pessoa quem o disse, mas me atingiu tão em cheio que duvidei da inexistência de Deus.

É isso: você precisa desejar e ser bom no que deseja. Simples assim. Só isso. Na verdade essa pessoa disse isso de outro modo, bem mais elaborado, meio entediante. Mas me transformou. 

Ela não disse e eu ouvi: ser bom não é ser melhor, pelo contrário: se ver bem pequenina, se despojar, desapegar, se assemelhar em vez de se diferenciar tornam a vida bem bonita.