Ele, sem saber que era impossível, pediu uma resposta.
Mas como responder em palavras, o que com palavras não se pode dizer?
Tentei, em vão: "olhe-me e verás!"
Mas ele não viu
que cada parte do meu corpo agradecia, em êxtase, o toque recebido;
que meus olhos o olhavam como quem vê a manhã que se abre;
que minha boca conhecia o gosto do prazer porque conhecia o gosto do seu beijo;
que ao seu lado minha alma voou e descobriu a liberdade;
que, curiosa, minha mente queria sempre mais, um pouco mais
(ele disse que o universo e a sabedoria eram infinitos e eu acreditei);
que sendo dele, era eu, ali, de mim mesma - pois não há diferença.
Mas ele não viu.
E precisei, num exagero ultra-româtico,
gritar: EU TE AMO!
(a eterna vulgaridade das palavras)
um pássaro cantou ao fundo.
"(...) as palavras não são mais concebidas ilusoriamente como simples instrumentos, são lançadas como projeções, explosões, vibrações, maquinarias, sabores: a escritura faz do saber uma festa" (Roland Barthes. Aula.)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
"Que estranha potência a vossa"
Tenho uma história que não me sai da cabeça. Peço e chego a implorar que ela se apresente, mas não, ela diz: "deixe-me em paz, ainda não estou pronta, é preciso mais tempo." Não quero esperar, não posso esperar. É uma peso que não suporto, esse de viver carregando histórias em mim.
Se - e quando - a história quiser, começo a escrever.
A estranha potência das palavras.
Se - e quando - a história quiser, começo a escrever.
A estranha potência das palavras.
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