quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O príncipe do volvo prata

Edward Cullen não existe.

E não é porque ele é fruto da imaginação de alguém; não é porque habita o universo encantado das páginas dos livros adolescentes (livros que ainda precisam crescer para serem verdadeiramente grandes); não é porque ele é triplamente criado: pela autora, pelos olhos apaixonados de Bela e pelos olhos envolvidos das leitoras.

É porque sua perfeição é irreal, inumana e inverossímel até mesmo para um vampiro. Um vampiro cujo amor pela mulher é maior que o desejo pelo seu sangue; cuja paciência o faria esperar a eternidade; cuja entrega lhe tiraria a própria vida no momento em que a vida fosse arrancada de seu amor; cuja tensão erótica o leva até o beijo aterrador: o beijo do vampiro que não mata.

Ele não existe porque até o sentimento mais nobre é falível. Ele não existe porque ele não hesita. É preciso hesitar para existir, é preciso falhar, é preciso ser além do outro. Edward Cullen só existe no outro. No ideal de herói romântico do outro.

O mundo mudou (clichê?), A mulher se emancipou (clichê?), mas continua desejando e esperando um príncipe forte, corajoso, protetor, compreensivo, amoroso, amante caliente e lindo, cujo mundo se resume a viver pela mulher amada: você (esse, o maior dos clichês, tão velho, tão atual, tão adolescente - e tão verdadeiro).

Edward Cullen não existe.

Mas existe o amor, alguém que prepara o jantar e coloca uma flor no centro da mesa; existe quem te proteja, às vezes, porque nem sempre vai perceber sua fragilidade. Há quem te deseje loucamente, mesmo quando acorda de tpm e inchada; há quem te ouça - não no meio do jogo, claro - e compreenda a sua dor.

Não estamos sós em nossas imperfeições, graças a Deus.

2 comentários:

Unknown disse...

Vc é minha escritoraa favorita, só falta publicar...!!!!!!

Ana Luiza disse...

Uma escritora exelente ! Cada palavra há um sentido do que nós vivemos, além de ser uma ótima escritora, é uma ótima professora !
Beijos e Abraços,
Ana Lu