domingo, 11 de abril de 2010

eu confesso 3

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.


Carlos Drummond de Andrade.

Um comentário:

Anônimo disse...

"há uma dor em suportar sua própria ausência"