quarta-feira, 1 de julho de 2015

Há pouco, li o texto da semana do Gregório Duvivier (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2015/06/1648988-a-privada-e-a-bicicleta.shtml#_=_) e penso que se relaciona ao que Marieta falou para o Faustão. É preciso haver inclusão, oportunidades, menos pobres, mais universitários, mais pessoas qualificadas, mais (e melhor) comida na mesa, mais casas. Ainda que queiram negar, isso os governos do PT fizeram em grande medida.

Leio algumas postagens por insinuando que os eleitores "à esquerda" que apoiaram a última candidatura de Dilma estão escondidos ou envergonhados. Eu não estou. Vivemos um momento difícil, é certo. E não vou entrar no mérito econômico, pois não tenho saber para isso. Porém, como não nasci da elite nem cresci com ela, vivenciei muito de perto algumas transformações promovidas nos recentes anos.

Certamente, ainda precisamos percorrer um enorme caminho - e a reforma agrária? e a questão indígena? e o investimento mais decisivo na educação e na valorização do docente? A inclusão pela cidadania (garantia de acesso aos serviços essenciais, como saneamento, saúde, educação de qualidade, políticas afirmativas) é muito mais eficiente do que a inclusão pelo consumo. Mas, para isso, a nossa sociedade precisa de autocrítica. Quantos de nós admitiria "perder" para o todo "ganhar"? Por exemplo, a lei das empregadas domésticas dá aos profissionais do lar direitos importantíssimos, porém há enorme grita da classe média... Limpar a própria privada ninguém quer. É preciso lembrar, no entanto, que um salário melhor e certos benefícios permitem que o empregado dê melhores condições de vida para sua família e evite, assim, que o apelo sedutor do dinheiro rápido do crime conquiste seu filho.

 A sociedade não pode funcionar só para alguns. Não adianta lutar só pela boa educação - pagando uma cara mensalidade -  do seu filho se a filha do porteiro não tiver o mesmo direito. Porque um dia a conta chega. E o criminalidade fomentada por todas as exclusões cobra um preço altíssimo. Não há muros, blindados ou coletes que (n)os possam proteger. A única proteção virá de uma sociedade mais justa para todos.

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