quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ausência não é falta

insônia
peçonha
quem sonha?

Até hoje não sabia o que era querer dormir e não conseguir. Meu corpo está cansado, fisicamente, e minha mente não quer mais pensar. Quer parar. Mas não para. Fica aqui, funcionando, a todo vapor, racionalizando, raciocinando, pensando, enviando um impulso prum neurônio aqui, outro ali... Apesar disto, sou pouquíssimo produtiva à noite - a quem interessa se sou produtiva à noite? O que quero dizer, mente intrometida, é que se pelo menos fizesse algo que prestasse nestas longas horas acordadas (são as horas que estão acordadas, não eu) na calma da madrugada... porém, não. É só isso. O silêncio perturbador do meu cérebro trabalhando, conjecturando, costurando acontecimentos virtuais.


Sou tão repetitiva. Em tudo. No que falo. Na maneira como falo - impossível não reparar nos pontos finais. Só na repetição me encontro. Porque vou aos mesmos lugares é porque sei aonde vou.
Só sei o que digo, quando repito. Só sei o que digo, quando repito.
Dei tudo o que pude. Há o que não sei dizer. Se pudesse, rasgaria meu peito, pois há o que não sei dizer. Que bela amante das palavras! Não sabe dizer tanta coisa...
No dia, quando eu aprender a falar tudo, eu serei. Mas agora

É tarde
e a carne
arde.

Nenhum comentário: