Estou diante de trinta e dois espelhos (mas poderiam ser quinze, vinte e sete, quarenta e dois).
(Seria bom se o reflexo fosse sempre sincero.
Aguardo respostas honestas, perguntas curiosas, olhos atentos.
O que vamos descobrir hoje?
Que a língua como sistema de signos aleatórios, material e imaterial existe e não precisa ser explicada para atingir seu objetivo.
Que a linguagem nos torna (o quê?);
Que uma criança de seis anos cria e compreende metáforas sem saber seu nome;
Vamos constatar que a linguagem é a lente com que enxergamos o mundo à nossa volta; quanto maior o grau dessa lente mais apurado é o nosso olhar;
Vamos perceber que um poema de Vinícius faz sentido, comove, pinta o mundo de rosa, ou entristece e faz chorar o néscio, porque há uma sabedoria que habita o coração.
O que eu quero ensinar?
Que não há nada mais humano do que o aprendizado.)
Alguns, poucos em geral, refletem exatamente o que eu gostaria de enxergar: a imagem mais bonita, inteligente e delicada de mim.
Outros, que por sorte também são poucos, são indiferentes - espelhos na noite que nada mostram.
Uma maioria, confusa, pinta em sua superfície plana aquilo que somos: aldazes, invejosos, corajosos, indignados, felizes, arrependidos, doloridos, sinceros, cruéis, vis, ambiciosos, honestos, mal-educados, gentis, carinhosos, abusados, respeitosos (...), (...), (...)
Ver-se tão claramente, todos os dias, é pros fortes.
Tenho andado cansada ultimamente.
2 comentários:
É lindo! Porque é verdadeiro...te amo!
Estive num lugar parecido... e lá havia também uma grande quantidade dos que exibiam o que eu parecia ser e não era... incessante trabalho de desconstrução de crenças indesejáveis...
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