quinta-feira, 19 de novembro de 2009

doce leveza


há um coração pulsando em minhas mãos.
não é o meu,
mas levo-o comigo
porque é leve como uma pena.

não sei o destino dele.
ele não é meu,
nem nunca será:
cada um tem um coração
apenas.

enquanto isso, trago-o junto ao peito
e seguimos uma caminhada feliz.
até que ele encontre
um lugar vazio
onde possa repousar.

Um comentário:

Stefan Rotenberg disse...

Eu não estou preparado, Carol, não estou preparado para as suas palavras. Você, professora, falhou em cadenciar-me o ensino, o contato com sua iluminação. Sei que é com a melhor das intenções - e como poderia de outro jeito? -, mas veja que são todas elas, como bem diz o título (um alerta!): doces, leves; uma doçura e leveza para as quais estou longe de ser maduro. É bem verdade que devoro, aparentemente cheio de apetite e apreciação, aquilo que me põe à frente; mas perceba que sou como o sedento: um andarilho num deserto, que toma num só gole o vinho de dois séculos, sem prestar-lhe a menor homenagem, sem sentir-lhe o cheiro, verificar-lhe a cor e a textura, sem dar-lhe o devido crédito, sem perceber seu verdadeiro doce gosto...
Ah, não, Carol: dê-me em doses homeopáticas!

Talvez quando eu terminar O Lobo eu volte aqui. Isto é, se eu resistir à sede.