Entra uma senhora cega e solicita, humildemente, ajuda. As pessoas presentes se entreolham perguntando quem vai. Uma sai rapidamente, outra vira-se sem cerimônia para o espelho "estou ocupada", a outra retorna à cabine. Eu já ia ajudar, ninguém precisava fugir, pensei.
- Pois não, senhora.
- Ah, obrigada.
- Vamos?
Nesse momento pensei se seria necessário também entrar na cabine. Acho que seria estranho, mas encararia.
- Não, prefiro o outro. A privada desse é muito alta e eu acabo molhando meu pé.
Sorrimos.
- Deixe-me diante do outro, coloque, por favor, o papel na minha mão, que o resto eu sei, disse ainda com um meio sorriso.
Em pouco tempo saiu. Fui até o lavatório levando-a pelo braço. Abriu a torneira sozinha. Lavou as mãos e secou-as com um pedaço de papel que havia prendido no decote.
Enquanto nos dirigíamos à saída, perguntei se precisava de ajuda para ir a algum lugar, pelo menos até o elevador.
- Não, não precisa. Há alguém me esperando aí fora.
Saímos e havia um senhorzinho. Uns setenta e poucos anos como ela. Cabeça bem branquinha. Soltei-lhe as mãos que rapidamente se enlaçaram a do homem.
- Muito obrigada pela sua gentileza, minha filha. Deus retribua... - ele disse e ela reforçou.
Ainda me afastava, comovida pela cumplicidade daquele casal, quando ouvi:
- Meu amor, pra onde vamos agora?
- Ah, obrigada.
- Vamos?
Nesse momento pensei se seria necessário também entrar na cabine. Acho que seria estranho, mas encararia.
- Não, prefiro o outro. A privada desse é muito alta e eu acabo molhando meu pé.
Sorrimos.
- Deixe-me diante do outro, coloque, por favor, o papel na minha mão, que o resto eu sei, disse ainda com um meio sorriso.
Em pouco tempo saiu. Fui até o lavatório levando-a pelo braço. Abriu a torneira sozinha. Lavou as mãos e secou-as com um pedaço de papel que havia prendido no decote.
Enquanto nos dirigíamos à saída, perguntei se precisava de ajuda para ir a algum lugar, pelo menos até o elevador.
- Não, não precisa. Há alguém me esperando aí fora.
Saímos e havia um senhorzinho. Uns setenta e poucos anos como ela. Cabeça bem branquinha. Soltei-lhe as mãos que rapidamente se enlaçaram a do homem.
- Muito obrigada pela sua gentileza, minha filha. Deus retribua... - ele disse e ela reforçou.
Ainda me afastava, comovida pela cumplicidade daquele casal, quando ouvi:
- Meu amor, pra onde vamos agora?
Nenhum comentário:
Postar um comentário