Que a vida é um mar de rosas. que não há nada mais para se querer, somente o mar, que as energias renovapurificarevigoraalivia, e a ternura das rosas.
eu sei que as palavras são sempre poucas, gota a gota, homeopáticas. elas só saem assim, pela metade, inteiras no que dizem, mas insuficientes na forma. entende? não? que importa!
"(...) as palavras não são mais concebidas ilusoriamente como simples instrumentos, são lançadas como projeções, explosões, vibrações, maquinarias, sabores: a escritura faz do saber uma festa" (Roland Barthes. Aula.)
domingo, 24 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
eu confesso
UMa dor que nunca acaba. uma vontade de ter o mundo, de ser o mundo, de estar com o mundo. uma ânsia que não cabe em mim. essa dor que não finda. um desejo insaciável. e uma alegria tão breve.
e assim os dias se engendram: de rápidos respiros alegres e longos suspiros por aquilo que há-de-vir, se deus quiser.
e assim os dias se engendram: de rápidos respiros alegres e longos suspiros por aquilo que há-de-vir, se deus quiser.
domingo, 26 de abril de 2009
uma prece emprestada, mas minha.
"(...)alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que me lembre de que também não há explicação por que um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criada e eu mesma também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la, abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém." - Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres.
sexta-feira, 20 de março de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
SOU AFETADA, MOBILIZADA E ATRAVESSADA, TODOS OS DIAS, POR CADA OLHAR QUE RECEBO E LANÇO; POR CADA ALMA QUE MEU OLHAR ALCANÇA;TODA VEZ QUE ALGUÉM VÊ MEU CORPO FRÁGIL, MINHAS PERNAS TRÊMULAS E MEUS DESEJOS.
Às vezes dói.
Às vezes liberta.
Noutro dia, ao voltar para casa, passava pela estação de metrô Carioca quando cruzei meu olhar com um senhor que tocava sax. Olhamo-nos fundo. Eu sorri. E como quem acabou de chegar de uma longa viagem, ele disse satisfeito: "Você me lembrou muito alguém". Eu continuei caminhando, lentamente, para que aquele homem prolongasse lembrança tão feliz, tão...
Já não era apenas eu. Era a lembrança, o sorriso, a canção, o sax, o olhar, a vontade de voltar e abraçar, a esperança. Todos os dias, nunca sou apenas eu,
.
Às vezes dói.
Às vezes liberta.
Noutro dia, ao voltar para casa, passava pela estação de metrô Carioca quando cruzei meu olhar com um senhor que tocava sax. Olhamo-nos fundo. Eu sorri. E como quem acabou de chegar de uma longa viagem, ele disse satisfeito: "Você me lembrou muito alguém". Eu continuei caminhando, lentamente, para que aquele homem prolongasse lembrança tão feliz, tão...
Já não era apenas eu. Era a lembrança, o sorriso, a canção, o sax, o olhar, a vontade de voltar e abraçar, a esperança. Todos os dias, nunca sou apenas eu,
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Ausência não é falta
insônia
peçonha
quem sonha?
Até hoje não sabia o que era querer dormir e não conseguir. Meu corpo está cansado, fisicamente, e minha mente não quer mais pensar. Quer parar. Mas não para. Fica aqui, funcionando, a todo vapor, racionalizando, raciocinando, pensando, enviando um impulso prum neurônio aqui, outro ali... Apesar disto, sou pouquíssimo produtiva à noite - a quem interessa se sou produtiva à noite? O que quero dizer, mente intrometida, é que se pelo menos fizesse algo que prestasse nestas longas horas acordadas (são as horas que estão acordadas, não eu) na calma da madrugada... porém, não. É só isso. O silêncio perturbador do meu cérebro trabalhando, conjecturando, costurando acontecimentos virtuais.
É tarde
e a carne
arde.
peçonha
quem sonha?
Até hoje não sabia o que era querer dormir e não conseguir. Meu corpo está cansado, fisicamente, e minha mente não quer mais pensar. Quer parar. Mas não para. Fica aqui, funcionando, a todo vapor, racionalizando, raciocinando, pensando, enviando um impulso prum neurônio aqui, outro ali... Apesar disto, sou pouquíssimo produtiva à noite - a quem interessa se sou produtiva à noite? O que quero dizer, mente intrometida, é que se pelo menos fizesse algo que prestasse nestas longas horas acordadas (são as horas que estão acordadas, não eu) na calma da madrugada... porém, não. É só isso. O silêncio perturbador do meu cérebro trabalhando, conjecturando, costurando acontecimentos virtuais.
Sou tão repetitiva. Em tudo. No que falo. Na maneira como falo - impossível não reparar nos pontos finais. Só na repetição me encontro. Porque vou aos mesmos lugares é porque sei aonde vou.
Só sei o que digo, quando repito. Só sei o que digo, quando repito.
Dei tudo o que pude. Há o que não sei dizer. Se pudesse, rasgaria meu peito, pois há o que não sei dizer. Que bela amante das palavras! Não sabe dizer tanta coisa...
No dia, quando eu aprender a falar tudo, eu serei. Mas agora
É tarde
e a carne
arde.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Ah, o Tempo...
Esse velho cavaleiro que corre,
corre muito.
Amante de corações jovens e aflitos
quando é Futuro.
Algoz das almas saudadosas
se chamam-no Passado.
Se Presente for,
quem o sabe ou sente?
Não sabe ficar.
corre muito.
Amante de corações jovens e aflitos
quando é Futuro.
Algoz das almas saudadosas
se chamam-no Passado.
Se Presente for,
quem o sabe ou sente?
Não sabe ficar.
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